Quem é pai ou mãe de família já se perguntou; Mas como é que vejo o tempo todo na mídia que o Brasil está crescendo, pessoas vivendo melhor e com mais qualidade de vida, se meu salário só dá, as turvas pra fazer compras no mercado no final do mês? E ainda tem os remédios, agua, luz, telefone e demais despesas, não entendo, realmente não entendo.
Isso é fato, apesar de muitas notícias, nós não estamos sentido no bolso as mudanças pelas quais o governo insiste em dizer que estamos passando, as melhoras que estão sendo citadas. Talvez sejamos mal informados, mas a verdade é que não entendemos muitas coisas, como o fato de produzirmos tantos bens de consumo e pagarmos mais caro do que quem importa de nós, não dá pra entender.
Para refletirmos sobre o assunto, o site da UOL, traz um artigo, onde nos ajuda a refletir sobre o assunto.
A inflação de 2013, de acordo com o IPCA, foi de 5,91%. Ou, de
maneira mais simples, quem não teve seu salário reajustado ficou quase
6% mais pobre. A inflação mede a evolução do custo de vida, e uma
inflação alta sinaliza dificuldade na manutenção do padrão de consumo.
Toda vez que a inflação, medida pelo IPCA, é anunciada, sempre aparece
um velhinho (ou uma dona de casa) dizendo que o índice é mentira, e que
os preços estão subindo bem mais. Será que ele tem razão?
Sim,
na maior parte dos casos o velhinho do parágrafo acima tem razão. A
inflação costuma ser diferente para diferentes segmentos da população.
Populações mais idosas costumam ter grande parte de seu orçamento
doméstico comprometida com gastos em saúde. Quando os gastos com saúde
aumentam, essa população sente isso diretamente no bolso. De maneira
equivalente, donas de casa costumam sentir a inflação do supermercado,
que muitas vezes é bem superior a inflação oficial.
Até agora
nenhuma novidade. Então agora vou dizer algo novo: o que antes era
apenas uma curiosidade, passou a ser uma dura realidade. Se, no passado,
o velhinho e a dona de casa eram exemplos caricaturais, hoje parecem
ser a regra. Explico: o governo passou a manipular abertamente os
índices de inflação, logo tais índices deixaram de refletir a verdadeira
evolução do custo de vida. Dois exemplos ilustram meu ponto: as
desonerações tributárias que maquiam a inflação e o controle (beirando a
um congelamento explícito) dos preços administrados.
Poder de Compra
Existe um hiato entre o que você sente no bolso e o que o governo divulga como sendo a inflação oficial
Suponha que uma lapiseira custe R$ 5. Imagine que destes R$ 5, R$ 1 é
devido em imposto. Quando um consumidor compra a lapiseira ele não
comprou apenas a lapiseira. Ele comprou a lapiseira e R$ 1 em serviços
do governo. Afinal, aquele R$ 1 de impostos será convertido em algum bem
público.
Pois bem, suponha agora que o preço da lapiseira subiu
para R$ 6. Ou seja, ficou mais caro comprar a lapiseira. Então, o
governo desonera a lapiseira de impostos. Em outras palavras, não é mais
necessário pagar o R$ 1 de impostos, isto faz com que o preço da
lapiseira retorne aos R$ 5 originais. Um índice de preços que olhasse
apenas para a lapiseira diria que não ocorreu inflação.
No
entanto, no exemplo original, seus R$ 5 compravam a lapiseira e mais R$ 1
de serviços do governo. Agora, seus R$ 5 compram apenas a lapiseira.
Isto é, ocorreu sim inflação, mas o governo maquiou esse índice.
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De maneira geral, é isso que ocorre quando o governo faz uso de
desonerações tributárias para combater a inflação. Essa manobra apenas
ilude o índice de inflação, mas não altera o fato básico de que ficou
mais caro manter o padrão de consumo.
Note que no caso dos bens
administrados o governo faz uso de manobras similares. Seja na redução
do preço da energia elétrica, seja mantendo o preço dos combustíveis
artificialmente baixos, no fundo o que o governo tenta é ludibriar os
índices de inflação. O governo tenta iludir a população dizendo que o
custo de vida não aumentou, quando de fato esse custo aumentou muito.
Hoje existe um hiato entre o que você sente no bolso e o que o governo
divulga como sendo a inflação oficial. Esse hiato decorre de manobras
que o governo faz para tentar maquiar os índices de inflação. Inflação
se combate com austeridade monetária e fiscal. Tentar controlar a
inflação por manobras diferentes apenas resulta em varrer a sujeira para
debaixo do tapete.
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