Em frente ao Painel Cultural da Cidade de Arraias, um dos maiores símbolos da Cultura escravista que aqui se iniciou e principalmente símbolo de luta, riqueza, liberdade e trabalho, deu-se inicio ao 8º dia de Greve do Professores Estaduais do Tocantins.
Trazendo como pauta, a Progressão, os repasses estaduais, a Data base, O Plansaúde, As eleições para diretor das unidades escolares, e a falta de investimento na estrutura física das Escolas, os grevistas deram início ao movimento com avisos da situação de como está o andamento da greve.
De acordo com os mesmos, a greve apenas foi deflagrada agora, mas ainda em setembro de 2013, os professores durante a administração do então Secretário Estadual, o Senhor Danilo, já pediam providências em relação aos desmandos do Estado em relação a classe, citando uma frase que colocaram em faixa na época, que dizia: " A educação vai parar", e parou, "pois nada foi feito e até hoje, quase um ano depois as condições são ainda piores tendo inclusive professores que permanecem sem lotação definida, problema mais grave na época. Logo, o movimento já está sendo planejado a muito tempo, o governo foi quem não quis e ainda insiste em não ouvir as nossas reivindicações". segundo os grevistas não há disposição dos mesmos em prolongar a greve, mas de acordo com o professor Oscar Alves, "em reunião realizada dia 31 o governo não trouxe nenhuma proposta, muito menos datas para atender as reivindicações, por isso a greve continua e por tempo indeterminado, ou até o governo negociar".
O movimento, segundo a classe não é apenas pela média salarial, como o governo faz questão de colocar para a sociedade, mas pelas condições adequadas de trabalho para os profissionais e consequentemente mais qualidade para os alunos. Por essas e outras questões é que o movimento faz um apelo aos diretores das escolas que apoiem a greve, pois "se hoje estão diretores, amanhã estarão professores, então a luta também é por vocês, sendo que se não podem mostrar a cara, mas que pelo menos não façam o papel sujo do governo". Apela também aos representantes políticos da sociedade como os Senadores, os Deputados, o Prefeito Municipal e aos Vereadores. Na ocasião foi solicitado a presença do Prefeito Cacildo Vasconcelos para que desse a sua contribuição a greve já que segundo o Professor Salvador e também um dos líderes do movimento, precisaram deles na época das eleições, agora eles precisam do apoio do prefeito, mas o mesmo não se fez presente. Apoio que foi cobrado também da Deputada Federal e Professora, Dorinha Seabra Resende, e dos vereadores que na ocasião foram representados pelo Vereador Rimê Jules e pelo presidente da Câmara, Vereador Tatarena, que fizeram questão de falar sobre a importância do movimento e do apoio incondicional a greve.
Pauta a pauta, foram esclarecidas para todos os motivos que levaram os professores a deflagração da greve.
O professor Manoel Aragão, falou sobre a importância da Eleição pra diretor escolar. Para isso o mesmo fez um apanhado histórico para deixar claro que "desde a década de 80 que a lei garante que a democracia na escolha de diretores escolares precisa ser obedecida, mas não é o que vemos no Tocantins, onde o assunto ainda é um tabu. Houve uma tentativa de um projeto nesse sentido na Câmara dos Deputados, mas sumiu, ninguém sabe o que aconteceu com o projeto que pedia eleição para professores nas escolas", e complementa, "diretores indicados pela sociedade terão muito mais credibilidade do que os indicados por políticos, pois esses acabam ficando contra os interesses da escola e dos professores, por isso não representam a classe".
De acordo com o Professor Aragão, "as comemorações de ontem em homenagem ao golpe militar, muito se parece com a história do Tocantins e principalmente com a situação de hoje, onde o governo se fecha e não aceita negociar, com descaso e autoritarismo".
Foram abordadas ainda as questões da Data base, onde "o estado adia a cada mês o pagamento desse direito profissional", a respeito do Plano de Saúde, onde "a seis meses o Estado não faz repasse do dinheiro que é descontado todo mês do salário de cada Professor, fazendo com que as clinicas e médicos conveniados já não atendam mais os pacientes dos planos, inclusive a partir de amanhã, em Campos Belos de Goiás, que tem mais recurso e é bem próximo de nós, estará suspenso o atendimento pelo Plansaúde".
A professora Claudemira Santana, apontou a falta de apoio financeiro do Estado em relação as escolas, e "isso já a muito tempo. Falta giz, material de higiene e limpeza, papel, enfim, até a agua já esteve no corte por falta de pagamento, e muitas e muitas vezes os próprios professores tiravam do próprio bolso para não deixar de atender aos alunos, mas não dá mais para continuar, e a situação é antiga, por isso não podemos mais aceitar esse descaso com relação a nós e nossa profissão, pois acaba desmotivando e refletindo na educação dos seus filhos, senhores país, por isso é que pedimos o apoio de vocês, pois amamos o que fazemos e queremos ter condições de fazer direito".
Uma das questões fundamentais que deixa claro a má qualidade da educação, é a falta de apoio da comunidade em geral, ou seja, a própria comunidade não valoriza a Educação como deveria, e sem a FORMAÇÃO de que propoe as leis de que o cidadão deve ser capaz de pensar por si só, fica fácil manipular.
É o caso da manifestação de uma aluna, que se sentiu injustiçada, eu diria fora do processo, pelo ocorrido no domingo, onde os professores avisaram que a greve continuaria e o Estado convocou os alunos para as aulas. Essa aluna como muitos outros foram a escola e se sentiram muito mal, e com razão, postando em rede social em seguida sua indignação, o que demonstra que o movimento está correto em dizer que não há qualidade na educação, pois depois de dizer aos professores que os maiores prejudicados são eles, os alunos, principalmente os que estão terminando, fica evidente que a educação não está formando o cidadão de pretendíamos. Mas tudo isso faz parte da luta, porém acreditamos que um envolvimento maior dos alunos como parte do processo, entendendo o porque e por quais motivos a greve está existindo, daria mais força ao movimento, isso também é Educação, e Educação Cidadã. A aluna foi bastante enfática em sua fala, mas o que parece, pelo menos para nós é como se ela estivesse dizendo: Como vocês querem mudança, se ela não começa de vocês? Querendo fazer parte do processo e não ser apenas parte dele. Querendo participar das decisões e não apenas apoia-las.
Com essas e outras questões o movimento ganha força no Estado e em Arraias não é diferente, pois como bem disse o professor Oscar Alves, "Arraias é um ponto estratégico para todo o Estado e não é de a toa, que o governo valoriza nossa posição, é por ser uma cidade influente na política estadual, e exatamente por isso não podemos ficar de fora do processo e precisamos mostrar a nossa força".
Para finalizar os grevistas, após rezar a Deus para que o senhor os abençoe nessa luta do pequeno contra o gigante, fizeram questão de esclarecer para toda a sociedade que "a escola não é essa maravilha que aparece na televisão, pois na realidade ela está caindo aos pedaços, falta material e principalemnte estrutura física para atender bem aos seus filhos", e coclamam pelo apoio de todos, onde amanhã, dia 03/04 estaram se concentrado na práça da matriz as 16 horas e de lá farão um movimento pelas ruas da cidade, pedindo o apoio e a participação de todos, principalmente de pais e alunos.
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